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Seguindo à lógica personalista, as instituições devem servir o indivíduo, o contrário deve sempre ser considerado um escândalo, uma afronta ao Ser-Humamo.
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O cristianismo, que tem como mensagem principal um Deus encarnado, que valorizando tanto a sua criação que chega ao ponto de se apequenar tornando-se semelhante aos seres criados, provando assim seu amor pela raça humana, foi uma das grandes influências no pensamento de Mounier, seguido pelo existencialismo e marxismo.
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No existencialismo a preocupação com a existência aqui-neste tempo-agora, foi uns dos grandes chamarizes desta escola e no marxismo a preocupação de situar o individuo na economia, negócios e na sociedade foi o que chamou a sua atenção, idéia que formalmente conhecemos como luta pela desalienação do indivíduo.
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Os pontos dissonantes em relação a essas duas disciplinas foram:
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na primeira o absurdo como fundamento existencial. "É um absurdo que tudo seja absurdo", sentenciou assim o existencialismo extremista e cético.
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Comentando sobre o marxismo, disse que a revolução que desejava seria obra de um povo vivo, não tarefa administrativa de um estado.
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O coletivismo e o centralismo substituindo o pessoalismo, era uma falha gritante e insuportável na constituição do marxismo, e foi por isso que Mounier não o aceitou integralmente.
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Emmanuel Mounier gerenciou a Revista Esprit, que divulgava idéias personalistas de vários intelectuais, tendo como preocupação a troca de sentimentos que envolviam a crise da sociedade ocidental, e suas prováveis e possíveis soluções. O principal lider do movimento personalista escreveu também vários livros e se destacam:
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Revolução Personalista e comunitária(1935); Manifesto ao serviço do personalismo(1936); O afrontamento cristão(1945) Introdução aos existencialismos(1946); Liberdade sob condições(1946); Tratado do caráter(1946); O que é personalismo(1948); Sombras de medo sobre o século XX(1948); A esperança dos desesperados(1953).
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Alguns desses títulos foram publicados em língua portuguesa.
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Se passaram vários anos que Emmanuel Mounier partiu para a outra existência, mais sua ênfase na pessoalidade persiste, o debate tem que continuar, afinal, somos seres, servos de um engajamento existencial-pessoal, mais ao mesmo tempo altruista, pois eu sou um "eu-aqui-agora-assim-entre estes homens com este passado", sou individual mais não estou sozinho, em minha existência percebo outras existências,que exige de mim uma atitude dura contra qualquer tipo de egoismo individualista.
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SEVERINO, Antônio Joaquim. A antropologia personalista de Emmanuel Mounier. São Paulo: Saraiva, 1974.
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