Emmanuel Mounier (1905-1950) e sua filha Anne

Espaço para difusão da filosofia personalista de Emmanuel Mounier e para ponderações de vários temas importantes, tendo como referência essa perspectiva filosófica.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Filosofia do diálogo.

Incitado pela ânsia existencialista de buscar respostas para a condição humana na existência, e, pela preocupação marxista de integrar o homem trabalhador, efetivamente com o seu meio, libertando-o da alienação, que o separa do fruto do seu trabalho, o personalismo já nasce dialogando com essas distintas linhas filosóficas de cunho humanista, que tem como preocupação destacar o problema do homem situado na existência.
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Percebendo e vivenciando a realidade da angústia existencial do homem europeu, aviltado pelos sistemas totalitaristas, fascista e nazista, que se alastrava pela Europa, e inclusive se embrenhava e dominava a França na década de 30, Emmanuel Mounier, se aproxima das preocupações do existencialismo. Ao mesmo tempo, em que se preocupa também, com a condição do homem em seu meio, e, sua relação com o trabalho, tema central do marxismo.
Partindo da universal angústia existencialista, o personalismo vai afunilando suas preocupações até localizar uma angustia específica, uma angústia definida com mais propriedade, ou seja, a ânsia do proletário em busca de justiça e dignidade. Percebe-se em Mounier um apego a ideia marxista de encontrar e destacar o proletário, ostracizado pelo gigantismo da propriedade privada e pelo poder da burguesia.
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Como percebemos, o personalismo nasceu com uma mutualidade de preocupações, mas ao mesmo tempo, ofereceu uma responta diferenciada as questões que provocaram sua ebulição.
O personalismo, não exite por si mesmo, não é como uma planta artificial, que não se transforma, presa numa estrutura que lhe foi posta, pelo contrário, como uma planta viva, está sujeito a histórica, que traz a tona, novas realidades e necessidades, que, consequentemente, exigem respostas novas.
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A proposta do personalismo é dialogar com sua época histórica, seu contexto geográfico e cultural, para que sua a resposta e suas propostas, venham carregadas de adequação. Ou seja, que suas respostas e propostas sejam pertinentes para a situação contextual das pessoas que estão localizadas em seus devidos contextos.
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Sobre essa voção dialogal do personalismo, Jean Lacroix (1900-1986) asseverou com muita propriedade:
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“ O diálogo entre o conhecer e o existir não tem fim, e a nossa vocação é ser sistema ativo, que se ultrapassa a si mesmo, não por deixar de ser, mas por se abrir cada veiz mais a este mais, a este mais além de todo o conhecimento e de toda a existência, pelo qual unicamente nos conhecemos e existimos.
Assim se patenteia as grandes linhas de um personalismo, que interpreta todas as aquisições do existencialismo, e, sobretudo do marxismo, mas, ultrapassando-os." (1)
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Lailson Castanha
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(1)LACROIX, Jean. Marxismo, existencialismo, personalismo. Porto: Apostolado da imprensa, 1964.
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