SER
O QUE SOU OU SER O QUE SÃO?
SER
PESSOA OU SUJEITO?
Na
trajetória existencial vivenciamos bons e maus momentos. Quase sempre, os bons
momentos, provocam em nós a sensação de que acertamos, que nossas escolhas,
posturas e trajetória foram corretas. Os maus momentos, geralmente, provocam em
nós a sensação contrária, de que nossas escolhas, posturas e trajetória foram equivocadas
e infelizes. Diante desse entendimento, tendemos a menosprezar nossa postura,
mesmo sendo ela pautada na ética, no amor ou no bom senso.
Observando
as comuns práticas viciosas -, vingativas, egoísticas ou vaidosas -, em alguns
momentos, diante da sensação de frustração, questionamos: minha postura,
realmente, vale a pena; minhas práticas, realmente, devem ser perseguidas; devo
SER O QUE SOU, ou devo adotar as posturas pragmáticas de autodefesa, ou seja,
as comuns práticas viciosas -, vingativas, egoísticas ou vaidosas?
O
pessoal questionamento pode ser seguido da seguinte indagação: o que é,
intrinsecamente, ético: o dever, a saber, o que deve ser feito, ou, a
autoproteção, com todos os seus recursos, como a vingança, o egoísmo e a vaidade?
Como
seres humanos, somos inclinados a perseguir o conforto pessoal, mesmo que essa
busca resulte em práticas vis. Porém, sendo a humanidade uma construção
racional, e como tal, conectada às convenções civilizatórias como -,
moralidade, direitos e deveres, responsabilidade, alteridade -, a Ética nunca
deve ser desprezada em favorecimento aos nosso desejos, instintos e conveniências,
assumidos e revelados em nossa obsessão por vingança, em nosso famigerado
egoísmo e nas, multifacetadas, vaidades individuais.
Se
a civilização humana é uma construção artificial, entre outras coisas, significando
que o ideal humano distancia-se da assunção livre de posturas, meramente, instintivas
-, se faz pessoa aquele que não se
entrega às inclinações naturais -, ou seja, o ideal humano está ligado a
negação das tendências que, instintivamente, vocifera por nos dominar. Por
outro lado, aquele que, quase sempre, instintivamente, se auto protege usando a
agressão, e outros meio antiéticos para tal fim, distancia-se da vivência de
pessoa, faz-se sujeito -; sujeita-se ao que está estabelecido -, diluindo-se na
massa dos praticantes de previsibilidades, e como tais, de posturas previsíveis
e costumeiras -.
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Imagem: O CONTEMPLADOR, de Ivan Kramskoy
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